Estou
pensando em mudar o template do blog. Daí por um segundo pensei “Só vou escrever postagens novas e legais
se conseguir achar e mudar o
template” e não, eu posso continuar escrevendo textos com esse
template mesmo, NÃO É O TEMPLATE QUE ESCREVE CONTEÚDO.
E
pensei em quantas coisas na vida deixamos de fazer porque não estamos com o
cabelo do jeito que queríamos ou porque não tem o sapato da moda ou a bolsa incrível,
e isto É LOUCURA.
Este
pensamento é capitalista e perturbador; se temos consciência, porque somos
desse jeito?
Parte
é culpa da sociedade que nos mede pelo
que nós temos e não pelo que somos, e parte é porque deixamos essa “sociedade”;
que não é nossos amigos, nem nossa família, ocupar um espaço grande na nossa
vida com um comentário maldoso. O pior, e mais triste, é quando não existe
comentário maldoso, mas estamos tão magoados com alguma coisa que não tem nada
a ver com objetos, e com autoestima abalada, que canalizamos frustrações em algo
material como se esse objeto fosse alterar a realidade vívida. E formamos
as frases mais bobas: “Se eu tivesse esse objeto seria tão especial”, “Ficaria
mais linda com ESSE batom” etc etc etc
Tem
um ditado que diz “A grama do vizinho é sempre mais verde” e não poderia ser
mais verdadeiro. Você pode achar que sua vida é um mar de fracassos, mas
fulano, que está de longe, pode achar que sua vida é um filme hollywodiano ou uma animação de princesas,
que quando você acorda pela manhã, passarinhos cantam na sua janela e você
acompanha com um lindo cantarolar afinado.
O
que eu quero dizer é: Se permita. Como disse Álvaro de Campos no poema chamado “Lisbon
revisited”:
“Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?’
E eu
preciso começar a seguir meus próprios conselhos. Isto é algo a ser estudado:
Como conseguimos resolver os problemas dos outros e os nossos não? Deve ser pela
mesma lógica da grama, “os problemas dos outros parecem sempre menores
comparados aos nossos”. Mas isso é assunto para outra postagem.
Essa cabeça quadrada não é por acaso |
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