Eu
sei que tem muita gente não gosta de livros e filmes de terror porque “de
coisas ruins já basta à realidade”. Mas para aqueles que gostam o próprio
Mestre do horror contemporâneo, Stephen King, disse uma vez: “Gosta-se dos
terrores da ficção porque assim se foge dos verdadeiros”.
Eu
li esse livro há muito tempo, já sabia como seria, mas é tão bem escrito gostoso
de ler, que te envolve de um jeito muito diferente em cada leitura, quando eu reli
pareceu que senti mais medo que da vez anterior, porque agora, mais velha, percebi coisas que quando
mais nova passaram despercebidas.
“O cemitério” de título original "Pet sematary" é um clássico de King, nesta história o terror aparece em meio a uma normalidade
cotidiana familiar, e exatamente por isso é uma das melhores histórias, apontando
que poderia acontecer com qualquer família.
Minha
versão do livro é antiguinha. Comprei num sebo (porque costumo comprar muitos
livros em sebo pois são baratinhos) ou ganhei, não me lembro. É da editora Rio Gráfica Ltda, numa coleção
chamada Best Quality (capa mole mesmo) publicado em 1986. Tradução por Mário Molina e foto da capa por Eduardo Santaliestra.
Contracapa
Louis
Creed não se arrependera de trocar a poluída Chicago por uma região de bosques
do Maine. Nem mesmo quando soube do cemitério de bichos existente no meio da
trilha junto a sua casa. Que mal poderia haver num local frequentado e mantido
por crianças? No entanto, logo ele descobriria que, além daquela clareira
circular, começava O CEMITÉRIO e a inexorável destruição de tudo o que amava.
Resenha
É obvio que o livro tem mais personagens que esses e é bem mais legal que essa resenha, que pode parecer confusa para aqueles que não leram e pode despertar vontade naqueles que nem cogitaram a leitura.
É obvio que o livro tem mais personagens que esses e é bem mais legal que essa resenha, que pode parecer confusa para aqueles que não leram e pode despertar vontade naqueles que nem cogitaram a leitura.
A
história é contada sob a perspectiva de Louis Creed, casado com Rachel (ambos com 30 e poucos anos), pais de Eileen, de seis anos e Gage, de um ano e meio, tutores de um gato chamado Winston Churchill. As últimas páginas do livro são
horripilantes e, ali, você percebe que não resta no Louis qualquer vestígio de
sanidade, damos conta disso isso aos olhos de Steve Masterton, seu colega de trabalho.
Existem
dois cemitérios, o dos bichos e o das histórias indígenas que Jud Crandall conta
para Louis. Não se engane com esse artifício de território indígena amaldiçoado,
o livro é muito maior que isso.
Jud
Crandall é peça chave para todo o ocorrido, é vizinho da família Creed, “um
senhor que poderia ser seu pai”, com 83 anos, e que enche Louis,
apenas ele (podemos
desconfiar que alguma coisa em Louis chamava atenção e, que, o pai de Rachel,
pode ter percebido isso muitos anos antes, e não era uma implicância boba),
de histórias fantasmagóricas e assustadoras sobre seus antigos vizinhos e a
Rodovia 15, local onde moram, na cidade de Ludlow.
Louis pensa ser muito racional, tem tudo aquilo que sonhou, mas vive com as sombras
do passado o atormentado, as dificuldade para concluir o curso de medicina e a
pressão do sogro. Louis parece ser
afetado pelo episódio da hipótese da morte do Church, o gato de sua filha, pois
esse episódio resulta na primeira ida ao cemitério, além do “siméterio” dos
bichos, após sua esposa e filhos viajarem para a casa dos avós maternos.
Algumas
(várias) partes
do livro realmente assustam: o fato do Louis e o Jud terem sido literalmente carregados ao cemitério; pois como dois homens sem nenhum condicionamento físico consegue andar com facilidade por um
terreno íngreme e desconhecido?; as “brigas” mentais que Louis tinha; a
violação ao túmulo; o diálogo com o Steve, idêntico ao mesmo usado por Jud
Crandall quando o convenceu a entrar no cemitério; a resistência mental de
Steve; a reação de Rachel diante o desconhecido; o aviso de Pascow; os sonhos
de Ellie...
O que
eu achei mais interessante (além,
é claro, do já esperado, que vocês terão que ler para saber) na
história foi à capacidade do autor em colocar na Ellie características tão
marcantes como inteligência e percepção aguçada. King tem essa coisa de colocar
crianças, que são puras, como uma voz da razão através do sobrenatural. E a
mistura de pequenas referências bíblicas (são
poucas)
com música de rock (não
falarei qual) o que dá um tom de loucura maior ao Louis.
O
livro não termina bem e os efeitos do cemitério são sentido por todos os
personagens, quando eu digo TODOS é TODOS. No final das contas, Louis foi uma vitima fácil. E é incrível
como todos esses acontecimentos na história se passam em menos de dois anos.
Foto: Como eu disse em outro texto, a câmera não é lá essas coisas.
Foto: Como eu disse em outro texto, a câmera não é lá essas coisas.
Muito boa resenha do livro. A obra de Stephen King é grande! Você gosta dos filmes também? Acho que é uma boa idéia fazer adaptações cinematográficas dos seus livros. Até agora houve estréias cinematográficas excelentes, mas o meu preferido foi a Dark Tower filme por que além de ter uma produção excelente, tem uma boa história. Li que Nikolaj Arcel foi o responsável do filme e fiquei muito satisfeita com o seu trabalho, além de que o elenco foi de primeira. De verdade, adorei que tenham feito este filme. Se ainda não tiveram a oportunidade de vê-lo, eu recomendo.
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