Começamos a série "Intercâmbio, ai
vou eu!" com o mais famoso e polêmico: Ciências sem
Fronteiras (CsF). Promove a internacionalização dos estudantes
através de um programa de intercâmbio de graduação sanduíche de 1 ano, caso o
estudante não tire a nota máxima no teste de proficiência (post em breve) ganha
um curso de inglês, de ate 4 meses (as regras mudaram, até 2013 era um curso de
até 6 meses). Oferece, também, oportunidade de pós-graduação.
Os selecionados têm ajuda financeira para pagar o curso, as despesas da
viagem, alimentação, hospedagem e cartão de transporte, além de uma bolsa
mensal e auxílio material de consumo e didático. O programa CsF tem
parceria com um grande número de instituições (as melhores por sinal)
espalhadas pelo mundo todo. E o estudante ainda tem a chance de escolher a
universidade que quer estudar.
História:
Surgiu em
2012, criado pelo Ministério da Educação (MEC) e no início, o intercâmbio era
para todos os cursos, por causa de uma das áreas contempladas chamada
“Indústria Criativa” que não era bem especificada e dava essa abertura para os
cursos de humanas. Entretanto, em 2013 o Governo Federal limitou essa área
identificando-a como ”produtos e processos para desenvolvimento tecnológico e
inovação”.
Em dezembro de 2012 (se não me engano) a justiça do Ceará - o nordeste é a região com mais participantes no CsF - conseguiu uma liminar para estudantes de ciencias humanas terem a oportunidade de disputar uma bolsa.
Em dezembro de 2012 (se não me engano) a justiça do Ceará - o nordeste é a região com mais participantes no CsF - conseguiu uma liminar para estudantes de ciencias humanas terem a oportunidade de disputar uma bolsa.
Mas, em
janeiro de 2013 o Tribunal Regional Federal derrubou essa liminar, Aloizio
Mercadante ─ que na época era o Ministro da Educação, hoje ele é da Casa Civil ─ declarou que: “(...) o país tem uma
grande e capacitada mão de obra nas áreas de humanas, mas precisa suprir as
carências em tecnologia e saúde”. (matéria G1 clique aqui para ler)
Uma pena
mesmo! Apesar disso, não tira seu valor, pois diverso estudantes tem
experiências maravilhosas: acadêmicas, culturais e pessoais. Desde o inicio, o
programa era uma promessa, hoje é um grande sucesso. Em junho de 2014 a
presidenta Dilma fez um pronunciamento e divulgou a 2° etapa do Ciências sem
fronteiras com mais 100 mil bolsas (matéria portal governo clique aqui para ler).
Mais oportunidades.
Processo
de seleção:
É
necessário se encaixar em critérios básicos;
- Ser
de alguma área contemplada;
- Fazer
teste de proficiência e tirar a nota mínima exigida;
- Ter
feito mais de 600 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem);
- Ter
um coeficiente razoável;
- E se
tiver participado de projetos ou ter ganhador prêmios é melhor
ainda.
O processo dura cerca de 6 meses. As regras mudaram um pouco em relação
ao nível de inglês. Óbvio, o programa cresceu e tem muita concorrência agora.
De acordo com o edital do ano passado (2014) dos Estados Unidos, que é o país
com mais candidatos disputando vagas, agora é necessário tirar no teste de
proficiência TOELF IBT (Test of English as Foreign Language - Internet
Based Test) o mínimo de 69 e no TOELF ITP (Test
of English as Foreign Language - Institutional Testing Program) mínimo
525.
Outro fato que apareceu no edital dos Estados Unidos foi que algumas áreas da saúde não estavam sendo contempladas pela incompatibilidade de disciplinas. Medicina nos Estados Unidos, por exemplo, é completamente diferente do Brasil, lá são 8 anos de curso; 4 de pré-medicina e mais 4 anos de medicina “de verdade”, no Brasil são apenas 5 anos de graduação. Não estou falando que “─ Nos Estados Unidos tudo é melhor!” (Leia com voz bem enjoada), não é isso, só ressalto que existe uma grande diferença.
Observações importantes: Portugal foi cortada do Programa
CsF, devido ao grande número de inscrições dos candidatos, pois não era
necessário prova de comprovação de línguas. O que trouxe a tona um problema
antigo na educação brasileira, mas que ninguém comentava: o aprendizado da
segunda língua, a carência de bons professores de inglês nas
escolas.
Portanto, para impulsionar os estudantes a aprenderem uma segunda língua
e se tornarem fluentes o governo decidiu pela exclusão de Portugal da
lista. Decisão que apesar das dificuldades do início na relocação dos
estudantes, foi a mais correta. E talvez, assim, daqui para frente, possa
surgir um investimento maior nesse segmento da licenciatura e capacitação dos
professores e a inclusão do inglês como matéria obrigatória nos cursos
de graduação.
Na inscrição no site do programa, não aparece à opção do curso de
humanas, sendo bem sincera não vale a pena os estudantes dessa área tentarem.
Quem sabe um dia a presidenta faça um pronunciamento e coloque os cursos de
humanas nas áreas contempladas. Mas não fiquem tristes, existem outros
programas legais e gratuitos com bolsa que irei apresentar para vocês.
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